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Perguntas frequentes sobre o CICV e as pessoas mantidas reféns em Gaza

Há mais de um ano as famílias das pessoas mantidas como reféns vivem um pesadelo. Filhos, cônjuges, irmãos e pais esperam ansiosamente, todos os dias, a libertação dos seus entes queridos ou, pelo menos, notícias do seu paradeiro.

Atualizado em 10/07/2024

Desde o primeiro dia fizemos um apelo à libertação imediata de todas as pessoas que estão sendo mantidas como reféns e ao acesso a elas. Reiteramos que a tomada de reféns é proibida pelo Direito Internacional Humanitário (DIH). Solicitamos continuamente informações sobre essas pessoas e sobre seu estado de saúde atual. Nunca deixamos de fazê-lo e assim continuaremos até que todos os reféns sejam libertados.

Facilitamos múltiplas operações de libertação e sentimos alívio por saber que mais de 100 pessoas puderam reencontrar os seus entes queridos. Porém, isso não basta: confirmamos reiteradas vezes a nossa disponibilidade para facilitar a libertação de todas as pessoas que estão sendo mantidas como reféns. Para que isso ocorra, as partes precisam chegar a um acordo. Se isso não acontecer, o CICV não poderá agir.

Abaixo estão algumas respostas para perguntas comuns que recebemos. Continuaremos atualizando este documento conforme for necessário.
 

 

Para as famílias dos reféns, nossa linha direta está disponível.

Se estiver em Israel, ligue 03 524 5286 para contato em hebraico e inglês ou 08 283 2400 para contato em árabe.

Se estiver fora de Israel, ligue +972 3 5245286.

Tratamos cada caso individual com a máxima importância.

Você também pode encontrar aqui:
- Perguntas frequentes sobre o trabalho do CICV em Israel e nos territórios ocupados, disponível também em árabe e hebraico
- Informações para pessoas afetadas pelo conflito em Israel (em inglês e hebraico)
- Informações para pessoas afetadas pelo conflito em Gaza e Cisjordânia (em inglês e árabe)
 

Perguntas frequentes

  • Queremos que as famílias em Israel e no exterior saibam que a situação dos seus entes queridos mantidos como reféns é uma das nossas prioridades.

    • Facilitamos as libertações que ocorreram em novembro de 2023, quando 105 pessoas foram libertadas, e em outubro de 2023, quando outros quatro reféns foram libertados. Estamos prontos para facilitar a libertação de todos os reféns restantes.
    • Defendemos com persistência a libertação dos reféns restantes, diretamente com o Hamas, com as autoridades israelitas e com outros atores internacionais que podem influenciar as partes no conflito para obterem acesso aos reféns.
    • Fortalecemos a nossa equipe responsável por esse diálogo com o objetivo de intensificar os nossos esforços. A nossa equipe em Gaza está pronta para visitar os reféns e facilitar qualquer libertação futura depois que um acordo for alcançado entre as partes.
    • Continuamos solicitando informações sobre os reféns e acesso a eles. Também continuamos insistindo que as pessoas que estão sendo mantidas como reféns possam compartilhar uma mensagem com as suas famílias.
    • Em inúmeras oportunidades, declaramos publicamente que os reféns deveriam ser libertados de maneira imediata, incondicional e sem danos. Também declaramos repetidamente que, enquanto estiverem em cativeiro, eles devem ser tratados com humanidade, ter acesso a cuidados médicos, se necessário, poder entrar em contato com os seus entes queridos e que o CICV possa visitá-los para verificar o seu bem-estar.
  • Desde 7 de outubro de 2023, recebemos muitas perguntas de pessoas em Israel e no exterior, desesperadas para conhecer o paradeiro dos seus familiares desaparecidos. A nossa Presidente, Mirjana Spoljaric, reuniu-se diversas vezes com representantes das famílias, e a nossa chefe de delegação em Israel recebeu os representantes e as famílias. Estabelecemos uma linha direta para as famílias telefonarem e nos encontramos com várias delas diversas vezes.

    Realizamos reuniões com diferentes agências em Israel, proporcionando apoio mental às vítimas dos ataques de 7 de outubro, para oferecer assessoramento e experiência da nossa organização no tratamento de pessoas afetadas por conflitos armados. Também contatamos embaixadas cujos cidadãos são mantidos reféns para lhes dar informações relevantes.

    Saiba mais em: Informações para pessoas afetadas pelo conflito em Israel (em inglês).
     

  • Desde o primeiro dia solicitamos ao Hamas que nos dê acesso às pessoas que estão sendo mantidas como reféns com quatro apelos:

    1. Libertação imediata e incondicional de todos os reféns.

    2. Informações sobre os reféns e as condições de saúde deles.

    3. Acesso às pessoas que estão sendo mantidas como reféns, para garantir que sejam tratadas com humanidade e dignidade, para verificar o seu estado de saúde e prestar-lhes a assistência à saúde necessária. Algumas delas também podem necessitar de tratamento urgente devido a condições de saúde pré-existentes e potencialmente novas.

    4. Envio de mensagens dos reféns para suas famílias.

    Não interrompemos esse diálogo que mantemos desde o início e o manteremos. Para construir e manter a confiança, o nosso modo de operação é um diálogo bilateral e confidencial.

    Devido às décadas que temos de experiência, sabemos que a melhor forma de influenciar a mudança para quem queremos ajudar é manter um perfil baixo e defender os melhores interesses de quem queremos ajudar de forma discreta e direta com quem têm a influência para fazer a diferença.

  • Dialogamos com o Hamas e também com as autoridades israelenses sobre esta questão. O conteúdo destas conversas é confidencial – assim como o nosso enfoque em âmbito global – mas podemos dizer que estamos prontos como intermediários neutros para realizar visitas humanitárias, facilitar a comunicação entre reféns e familiares, e facilitar qualquer eventual libertação.

  • Quem mantém as pessoas como reféns é responsável pela saúde e pela segurança delas. Essas pessoas devem ser tratadas com humanidade e dignidade. Fazemos apelos reiterados para ter acesso a essas pessoas e, assim, verificar as suas condições de saúde e prestar todo o apoio que for necessário. Desde o primeiro dia, defendemos a portas fechadas a sua libertação e bem-estar.

    Estamos prontos para ajudá-las de todas as formas possíveis – seja visitando-as pessoalmente para verificar o seu estado de saúde ou entregando medicamentos pessoais. Esperamos ansiosamente facilitar a troca de mensagens entre as pessoas que estão sendo mantidas como reféns e os seus familiares e, claro, estamos prontos para facilitar a sua libertação.

  • As partes e quem tem influência participaram das negociações anteriores. O CICV não é um negociador e não participou dessas discussões. No entanto, estamos prontos para facilitar a implementação dos aspectos humanitários de qualquer acordo entre as partes no conflito, incluindo qualquer nova libertação de reféns.

    Somos uma organização humanitária neutra e imparcial e não participamos de quaisquer discussões ou acordos políticos entre as partes. O nosso papel é apoiar um acordo para a libertação das pessoas que estão sendo mantidas como reféns e lembrar ambas as partes das suas obrigações de acordo com o Direito Internacional Humanitário (DIH). Estamos prontos para apoiar qualquer libertação adicional de pessoas mantidas como reféns a qualquer momento e o nosso papel como intermediário neutro é puramente humanitário.

  • Uma vez alcançado um acordo entre as partes em conflito, o CICV desempenha um papel de intermediário neutro. O nosso papel é facilitar com segurança a transferência de reféns libertados da Faixa de Gaza para um local acordado.

    Desempenhar esta função é complicado e requer conhecimentos logísticos, médicos e de segurança. Também requer a confiança de todas as partes como intermediário neutro. Todas as medidas que o CICV toma visam garantir a segurança dos reféns libertados e de todo o pessoal envolvido.

  • Compreendemos o sofrimento e a dor das famílias e da cidadania de Israel. Conhecemos muitos familiares e continuamos em contato com eles regularmente. Também nos reunimos com os organizadores dessas manifestações para ouvir as suas preocupações e perguntas, e informar sobre os esforços do CICV.

    A nossa posição é clara: a tomada de reféns é estritamente proibida pelo Direito Internacional Humanitário (DIH) e todos os reféns devem ser libertados de maneira imediata e incondicional. Persistiremos em trabalhar em benefício de todos os reféns e das suas famílias.

  • O nosso objetivo é que os reféns sejam libertados imediatamente e possam se reencontrar com os seus entes queridos, assim como ter acesso a eles enquanto estiverem em cativeiro. Em diversas oportunidades declaramos que a tomada de reféns constitui uma violação do Direito Internacional Humanitário (DIH) e que as pessoas mantidas como reféns devem ser libertadas de forma imediata e incondicional. Até que isso aconteça, devem ser tratadas com humanidade e dignidade. Pedimos inúmeras vezes que pudéssemos ter acesso para essas pessoas a fim de visitá-las, verificar o seu bem-estar, proporcionar tratamento médico e restabelecer o contato com as suas famílias.

    Os anos de experiência dialogando com as partes em conflitos e com grupos armados não estatais provaram que o nosso enfoque bilateral e o diálogo confidencial para levantar questões preocupantes é importante para alcançar resultados, mais do que as denúncias públicas.

  • Desde o primeiro dia temos sido muito firmes no nosso apelo público para a libertação de todas as pessoas que estão sendo mantidas como reféns. Publicamos dezenas de declarações onde isso foi comunicado publicamente. O CICV e a nossa Presidente se reuniram diversas vezes com familiares das pessoas mantidas como reféns e pediram de forma pública e reiterada que fossem libertadas.

    Também defendemos os reféns no diálogo bilateral que mantemos com quem tem influência para fazer a diferença. O CICV prioriza um diálogo bilateral e confidencial. As pessoas poderão não nos ver na televisão ou nas redes sociais falando sobre esses diálogos. No entanto, não somos diretos porque sabemos, devido a décadas de experiência, que para o CICV a melhor forma de influenciar a mudança para quem queremos ajudar é manter um perfil baixo e defender os melhores interesses de quem queremos ajudar de forma discreta e direta com quem têm a influência para fazer a diferença.

    Assista ao vídeo que responde à sua pergunta: “Por que vocês ficam em silêncio?

  • Sabemos que a sua situação atual é extremamente angustiante. Você não está só. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) está fazendo o possível para ajudar as pessoas afetadas por esta situação. Apesar das difíceis condições de segurança, as nossas equipes trabalham 24 horas por dia para ajudar o maior número de pessoas possível.

    Desde o início das hostilidades armadas, em 7 de outubro, recebemos muitas perguntas de pessoas em Israel e no exterior, desesperadas para conhecer o paradeiro dos seus familiares desaparecidos.

    Entendemos perfeitamente que desconhecer o paradeiro de um ente querido é devastador para as famílias. Dentro do mandato e das capacidades do CICV, estamos prontos para fazer o possível para ajudar.

    Sabemos que muitas pessoas estão tentando se reconectar durante esta situação desafiadora. Atualmente recebemos um grande número de chamadas. Continue tentando os números abaixo. Estamos trabalhando para responder a todos as chamadas.

    Para contato em hebraico e inglês, você pode entrar em contato com o CICV ligando para: 03 524 5286

    Se estiver ligando do exterior, ligue para + 972 3 5245286.

    Para contato em árabe, você pode entrar em contato com o CICV ligando para: 08 283 2400

    Mais informações (em inglês): Informações sobre as pessoas afetadas pelo conflito em Israel

Como intermediário neutro, o CICV facilita regularmente libertações e transferências em conflitos no mundo todo. As principais condições para a nossa participação são:

- Acordo de todas as partes envolvidas.

- Garantias de segurança: acesso seguro e desimpedido para o CICV realizar a operação.

- Respeito, em todos os momentos e por todas as partes, dos requisitos do DIH relativos a tais operações, em particular quanto ao tratamento humano das pessoas mantidas em cativeiro antes, durante e depois da transferência.