CICV: perguntas frequentes sobre nosso trabalho

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) está presente em mais de 100 países e recebe milhares de perguntas todas as semanas, muitas delas de pessoas diretamente afetadas por conflitos armados e outras situações de violência que buscam ajuda.
O CICV ajuda pessoas afetadas por conflitos armados e responde a desastres em zonas de conflito. Se você precisa da nossa ajuda, existem diversas ferramentas à sua disposição aqui. Você também pode entrar contato com o centro de ajuda da Cruz Vermelha/Crescente Vermelho mais próximo.
Papel do CICV e perguntas sobre nosso trabalho
Como organização humanitária estritamente neutra, o CICV está na linha de frente de conflitos modernos e zonas de guerra, com operações que salvam vidas em mais de 100 países. Embora o nosso compromisso com a neutralidade e a imparcialidade nem sempre seja compreendido – sobretudo em situações de grande carga emocional – esses princípios são essenciais. Eles nos permitem operar mesmo nos contextos mais desafiadores e garantir que a nossa missão humanitária chegue a quem mais precisa. E mais de 93,5% das doações vão diretamente para os programas e indivíduos que apoiamos, garantindo que estejamos gerando impacto e fazendo a diferença na vida das pessoas.
Perguntas sobre nossa Organização
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Você pode encontrar respostas a perguntas e tópicos gerais em: Perguntas frequentes gerais sobre o CICV
- Quem somos: Detalhes sobre a missão, a história e os princípios fundamentais do CICV.
- Financiamento e gastos: Informações sobre como o CICV é financiado e como aloca os seus recursos.
- Doações e deduções fiscais: Informações para doadores sobre contribuições e benefícios fiscais.
- Processo de recrutamento: Orientações sobre como se candidatar a vagas no CICV e o que os candidatos podem esperar durante o processo de recrutamento.
- Proteção de dados: Explicação sobre como o CICV trata os dados pessoais e garante a privacidade.
- E-mails e websites fraudulentos: Conselhos sobre como reconhecer e denunciar golpes que utilizam indevidamente o nome do CICV.
- App RedSafe: Informações sobre o aplicativo do CICV, desenvolvido para prestar serviços humanitários digitais.
Perguntas sobre Direito Internacional Humanitário (DIH) e marcos jurídicos relacionados
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Em Perguntas Frequentes sobre as Normas da Guerra você encontrará respostas sobre o que são e qual a importância das normas da guerra.
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Para saber as diferenças e as sobreposições entre esses conjuntos de normas em situações de conflito armado, consulte Perguntas Frequentes sobre DIH, DIDH e Direito dos Refugiados (em inglês).
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Neste folheto você terá uma introdução ideal ao DIH, interessante para quem quiser saber mais sobre a origem, a evolução e a aplicação moderna do desse conjunto de normas.
Perguntas sobre nossa neutralidade
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Não. O CICV é uma organização neutra, imparcial e independente. A ajuda é prestada exclusivamente com base nas necessidades humanitárias, sem levar em conta religião, política, etnia ou nacionalidade.
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Se o CICV tomasse partido, perderia a confiança de todas as partes envolvidas. Sem essa confiança, não poderíamos continuar realizando operações que salvam vidas ou responder efetivamente às necessidades das comunidades afetadas, pessoas detidas ou doentes e das famílias de pessoas desaparecidas.
Embora o nosso compromisso com a neutralidade e a imparcialidade nem sempre seja compreendido – sobretudo em situações de grande carga emocional – esses princípios são essenciais. Eles nos permitem operar mesmo nos contextos mais desafiadores e garantir que a nossa missão humanitária chegue a quem mais precisa.
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O CICV opera sob os princípios de neutralidade e imparcialidade, garantindo que não tomemos partido em um conflito. Isto nos permite interagir com todos os atores, independentemente da sua situação ou designação. Não endossamos as ações de quaisquer grupos ou indivíduos com quem dialogamos; o nosso único foco é aliviar o sofrimento humano.
Para prestar ajuda e proteger os civis, o CICV precisa negociar o acesso às zonas de conflito. Ao dialogar com todas as partes em um conflito — incluindo os inimigos de uma parte — fazemos o possível para garantir o acesso humanitário, lembrar as partes das suas obrigações segundo o DIH e reduzir o sofrimento.
A interação com as partes em um conflito — sejam governos, sejam grupos armados não estatais — é um esforço complexo e necessário. Embora possa ser considerado controverso para alguns, é essencial que o CICV cumpra com a sua missão humanitária em contextos de conflito complicados e perigosos.
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O Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho opera com base nos princípios de neutralidade e imparcialidade. O nosso trabalho com migrantes não promove nem desencoraja a migração. Em vez disso, em parceria com as Sociedades Nacionais da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, o nosso foco está em prevenir e aliviar o sofrimento das pessoas afetadas por crises humanitárias — incluindo migrantes — no mundo todo.
Como a organização humanitária neutra e imparcial, o CICV não se posiciona sobre questões políticas, incluindo políticas de gestão de fronteiras. Para apoiar a nossa resposta humanitária, damos informações que salvam vidas em vários formatos e em várias plataformas, inclusive por meio da plataforma humanitária RedSafe.
Perguntas sobre o nosso posicionamento e postagens enganosas referentes ao nosso trabalho
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Um vídeo mostrando o uso ilegítimo do emblema do CICV em caixas de dinheiro tem aparecido nas redes sociais periodicamente nos últimos anos, inclusive no início de 2018. O CICV não tem qualquer relação com o armazenamento ou transporte de dinheiro alegado neste vídeo e condenamos veementemente o uso indevido de nosso nome e logotipo dessa maneira. Leia mais.
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Nunca. O CICV rejeita terminantemente todas as acusações de espionagem. Temos o compromisso de respeitar os princípios humanitários e a ética em todas as nossas operações. Essas acusações falsas comprometem a segurança dos nossos funcionários e impedem a chegada de ajuda humanitária a quem precisa.
O diálogo confidencial do CICV com todas as partes em conflito nos permite realizar uma parte vital do nosso trabalho: lembrar as partes das suas obrigações conforme o DIH e apresentar nossas preocupações com a condução das hostilidades.
Esse diálogo com as partes em conflito nos permite instá-las de forma discreta e constante a protegerem a população civil durante as hostilidades. Esse trabalho salva vidas e não deve ser interpretado de outra forma.
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Rejeitamos categoricamente o antissemitismo em todas suas formas. O ódio, a discriminação e a violência contra indivíduos ou comunidades judaicas são intoleráveis e devem ser confrontados onde quer que surjam. Todas as pessoas devem ter sua dignidade, sua segurança e sua humanidade respeitadas e protegidas, e mantemos um compromisso inquebrantável de impulsionar a compreensão e a inclusão. Não há lugar para o antissemitismo nas nossas sociedades, e manifestamos nossa solidariedade com quem trabalha para erradicá-lo.
A equipe do CICV se rege por um Código de Conduta estrito que estabelece claramente expectativas de respeito pela dignidade de todos os seres humanos. Com base nessa obrigação, é terminantemente proibido todo tipo de conduta discriminatória, como o antissemitismo. Todos os funcionários realizam treinamentos obrigatórios sobre o Código de Conduta do CICV. A violação de suas disposições pode resultar em investigações disciplinares formais e sanções, incluindo a demissão da pessoa.
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Durante a Segunda Guerra Mundial, o CICV trabalhou ativamente na prestação de ajuda aos prisioneiros de guerra, facilitando a comunicação entre estes e as suas famílias, e monitorando as condições deles nos campos de internamento. Contudo, o mandato naquela época não se estendia explicitamente aos civis, a menos que os governos o permitissem.
O CICV não se pronunciou e, mais importante ainda, não agiu em nome dos milhões de pessoas que sofreram e morreram nos campos de extermínio, especialmente o povo judeu que foi alvo, perseguido e assassinado sob o regime nazista. O CICV expressou publicamente o seu profundo pesar e descreveu isto como “o maior fracasso da sua história”. A Organização reconhece plenamente as suas deficiências e a falta de coragem para enfrentar os horrores da perseguição e do genocídio nazis.
Honrar a memória das vítimas e sobreviventes do Holocausto exige mais do que palavras; requer uma ação incansável para construir um mundo onde a dignidade e a humanidade de cada indivíduo não sejam apenas reconhecidas, mas também defendidas com firmeza – sem excepção, sem hesitação e sem concessões.
Várias medidas foram tomadas após a Segunda Guerra Mundial para proteger melhor os civis e prevenir atrocidades como o Holocausto. Estes esforços foram impulsionados pelas lições aprendidas com a guerra e pelo imenso sofrimento humano causado pelo Holocausto.
O CICV intensificou os seus esforços na defesa da prestação de contas, dialogando e educando os governos, as forças armadas e o público sobre o DIH e enfatizando a importância de as partes em conflito aderirem a ele para evitar genocídios e outras atrocidades.
Ao fortalecer as suas operações no terreno e expandir a sua presença global, o CICV tem se esforçado por responder de forma mais eficaz aos conflitos emergentes e desenvolveu mecanismos para prestar ajuda humanitária, proteger as populações civis, interagir com atores armados e documentar a conformidade com o DIH.
Embora estas medidas não possam compensar os fracassos do passado, temos um compromisso inabalável de garantir que os fracassos da Segunda Guerra Mundial sirvam como uma lição solene e duradoura. Em estrita adesão aos nossos princípios de neutralidade, imparcialidade, independência e humanidade, defendemos as nossas políticas e ações de acordo com os mais elevados padrões para garantir que a ajuda e a proteção sejam prestadas independentemente da raça, religião, gênero ou filiação política.
Para obter uma compreensão mais profunda, recomendamos que você explore a nossa documentação sobre o Holocausto e o papel do CICV durante este trágico capítulo da história. Todos os arquivos do CICV durante a Segunda Guerra Mundial foram abertos ao público e estão disponíveis para os pesquisadores.
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Um documento de novembro de 1944 que detalha a visita de um delegado do CICV, Dr. Maurice Rossel, a Auschwitz é muitas vezes deturpado on-line.
O Dr. Rossel foi – por iniciativa própria – ao posto de comando em Auschwitz I em 27 de setembro de 1944. Segundo o seu relato, ele encontrou o comandante do campo do lado de fora da cerca de arame farpado de Auschwitz I. Desse ponto de vista limitado, ele conseguia ver apenas alguns alojamentos e um pequeno número de prisioneiros à distância. Ele não teve permissão para entrar no campo, nem visitou Birkenau ou as suas instalações de extermínio.
Durante a Segunda Guerra Mundial, o CICV trabalhou para prestar assistência a prisioneiros de guerra, facilitar a comunicação entre eles e as suas famílias, e monitorar as condições deles nos campos de internamento. No entanto, na época, o nosso mandato não se estendia explicitamente a civis, a menos que os governos concedessem permissão.Compreender a complexidade da história é essencial. Você pode explorar nossa extensa documentação sobre o Holocausto e o papel do CICV nesse capítulo devastador da história da humanidade. Os nossos arquivos sobre a Segunda Guerra Mundial estão totalmente abertos ao público e disponíveis para pesquisadores, incluindo o relatório original do Dr. Rossel sobre a sua visita a Auschwitz. Para contextualizar, você também pode ler este guia explicativo realizado pelo Memorial de Auschwitz.
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O CICV visitou milhares de prisioneiros de guerra em ambos os lados do conflito armado internacional entre a Rússia e a Ucrânia. Quando visitamos um local de internamento, avaliamos as condições de internamento e o tratamento que os prisioneiros de guerra recebem. Também compartilhamos notícias muito aguardadas das suas famílias e, sempre que possível, fornecemos artigos como cobertores, agasalhos, artigos de higiene pessoal e livros.
Até o momento, o CICV não tem acesso total a todos os prisioneiros de guerra. Sabemos que muitos outros prisioneiros de guerra e internados civis ainda aguardam visitas semelhantes e continuamos os nossos esforços para ter acesso a todos eles, orientados pelo nosso compromisso humanitário e pelo nosso mandato segundo as Convenções de Genebra.Sabemos também que cada dia é repleto de incertezas para os prisioneiros de guerra e as suas famílias que buscam garantias de acordo com a Terceira e a Quarta Convenções de Genebra. O CICV deve ter permissão para ver todos os prisioneiros de guerra e internados civis, ter acesso a todos os locais onde estão detidos e poder repetir as visitas sempre que necessário. Todos os Estados são legalmente obrigados a fazer isso acontecer, visto que todos assinaram as Convenções de Genebra. O CICV sente a responsabilidade de instar os Estados a cumprirem o DIH. No entanto, o CICV não pode impor o DIH a Estados que não o desejam. Fazemos um apelo a todas as Altas Partes Contratantes para que respeitem e façam respeitar rigorosamente o DIH.
Compreendemos as frustrações das famílias que esperam angustiadas e não têm notícias. As famílias têm o direito de saber o que aconteceu com os seus entes queridos, estejam eles vivos, feridos ou mortos. Muitas esperaram ansiosamente há longos meses e precisam de respostas hoje. Elas estão impacientes, assim como nós.
O CICV levanta informações sobre essas pessoas e as transmite aos seus países de origem, para garantir que as famílias saibam o que aconteceu com os seus entes queridos. Desde fevereiro de 2022 e outubro de 2024, damos notícias de entes queridos a mais de 10,2 mil famílias. Este trabalho dá esperança às famílias e é um imperativo humanitário absoluto.
Sentimos profundamente a pressão do tempo, pois o calendário mudou e não conseguimos visitar todos os prisioneiros de guerra. A humanidade e a dignidade deles não podem ser ignoradas. Eles precisam de conforto, cuidado, assistência e proteção — assim como os civis. É por isso que temos trabalhado continuamente com as partes em conflito para obter acesso irrestrito a todos os locais onde os prisioneiros de guerra estão detidos.
E-mails e website fraudulentos
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Diversos sites fraudulentos usam falsamente os nomes ou emblemas da Cruz Vermelha ou do Crescente Vermelho para solicitar doações para vítimas de conflitos ou desastres naturais.
Por favor, faça a sua doação somente pelos canais oficiais.
A única fonte oficial de informação sobre as atividades do CICV é o nosso site: www.icrc.org
Também circulam e-mails fraudulentos que convidam as pessoas a pagarem por falsas oportunidades de emprego e treinamento, além de participar de conferências inexistentes.
Se você receber e-mails não solicitados que pareçam suspeitos, trate-os com cautela.
Os endereços de e-mail oficiais do CICV sempre terminam com @icrc.org. Se você receber um e-mail que não esteja relacionado ao nosso nome de domínio ou se tiver alguma dúvida, entre em contato conosco.
Saiba mais sobre golpes e falsas alegações que usam indevidamente o nome do CICV.
Mais informações sobre contextos específicos
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